Estive a ler este artigo e penso que é interessante partilhá-lo. É o testemunho de uma rapariga que iniciou a sua carreira de modelo na sua adolescência. Ela revela as pressões que as modelos sofrem para emagrecer, por pessoas que em boa consciência nunca pediriam isso a nenhum ser humano. A meu ver é completamente desumano. A nível estético, esses graus de magreza, são horríveis! Para a saúde... suicídio a longo prazo! Mas o que leva essa gente 'iluminada' a fazer essas exigências? Má imagem do seu próprio corpo? Pais abusivos? Odeiam mulheres? O quê? Seja lá o que for acho que a sociedade deve prestar alguma atenção a isto, uma vez que é uma indútria que influencia pessoas em grande escala, principalmente os mais novos, que são os mais influenciáveis e os que têm menos ferramentas para se defender. Não será por acaso que a maioria dos modelos inicia a sua carreira na adolescência e vestindo roupa concebida a pensar numa classe mais idade.
Cabe a cada um de nós o papel de mudarmos estes abusos, educando-nos a nós, aos outros e principalmente aos nossos filhos. Amor próprio e auto-aceitação são fundamentais para atingir estados de felicidade. E quando somos felizes, todo o nosso mundo muda :)
" Modelo adolescente anoréctica expõe indústria da moda
Publicado em 12 de Outubro de 2013.
Georgina Wilkin não comia nada há dias quando se sentiu tão mal
que quase desmaiou numa viagem de metro, no centro de Londres, quando
ia ter com o seu agente de moda. À chegada, no entanto, este mostrou-se
encantado: “O que quer que estejas a fazer, continua”. A jovem passou os
sete anos seguintes a lutar contra a anorexia, chegando a um ponto em
que o coração e os rins lhe começaram a falhar.
Felizmente, Georgina, hoje com 23 anos, sobreviveu e expõe agora a
indústria da moda. “Toda a gente deveria saber a pressão que é colocada
sobre as modelos”, defende ela, ao mesmo tempo que acredita que a única
forma de impedir os distúrbios alimentares é fazendo os clientes
boicotarem os rótulos de magreza atribuídos a estes profissionais.
Georgina entrou no mundo da moda aos 15 anos, quando foi abordada por
um olheiro em Oxford Street, Londres. A primeira visita à agência
correu lindamente, mas a segunda já revelou um pouco do lado traiçoeiro
da indústria. “Tiraram-me fotos Polaroid, para ver se era fotogénica, e
depois mediram cada centímetro de mim até às pontas dos meus dedos”,
disse ela. “Rapidamente percebi que o meu corpo era apenas um produto
para as pessoas analisarem e criticarem.”
Foi-lhe apresentada uma proposta para trabalhar como modelo durante
alguns meses em Tóquio, mas apenas se perdesse peso – essa tornou-se,
portanto, a sua missão. Os legumes passaram a ser o único alimento que
se permitia comer, sendo que chegava a passar dois dias sem se
alimentar.
Se no início da carreira pesava 55 kg, chegou a uma altura em que
caiu para os 32 kg, o que releva bem a gravidade do seu estado. E sempre
que era medida e fotografada na agência, diziam-lhe que precisava de
perder ainda mais peso.
Georgina acabou por viajar, apenas com 16 anos, sozinha para o Japão,
onde se alimentava de bebidas energéticas. Aos pais, com quem falava
por telefone uma vez por semana, mentia, dizendo que se estava a
alimentar de forma saudável. Foi apenas quando a mãe e o irmão a
visitaram que perceberam o estado de magreza que tinha atingido.
De regresso a Londres, continuou a trabalhar como modelo – e a não se
alimentar. Mas foi só no Verão de 2007 que os pais a conseguiram
convencer a ir ao médico, que imediatamente a encaminhou para o
hospital, onde passou cinco meses em tratamento, com o diagnóstico de
anorexia. Os seus órgãos vitais estavam sob tal tensão que o coração e
os rins corriam mesmo o risco de parar de funcionar.
Saída do hospital, entrou para uma nova agência, mesmo contra a
opinião dos pais, convencida de que estava curada. Continuou a trabalhar
até 2009, altura em que abandonou de vez o mundo da moda. E ainda hoje
recebe acompanhamento médico.
Georgina considera-se privilegiada por ter sobrevivido e irrita-se
por ver modelos suas conhecidas em risco, devido a transtornos
alimentares. “A maioria das marcas de alta-costura usam raparigas
anorécticas nas suas campanhas e a única forma de isto parar é não
comprando os seus produtos”, defende a jovem." (in
Green Savers)
xoxo
XL